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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

TOMAR REMÉDIOS SEM PRESCRIÇÃO MÉDICA?

USO INDISCRIMINADO DE REMÉDIOS



Todos nós em algum momento nos auto medicamos, é fato. Desde um simples comprimido para dor de cabeça, um resfriado ou dor muscular, sempre caimos na tentação de tomar um remediozinho para aliviar o mal momentâneo. Achamos que nada pode acontecer de errado, ledo engano, podemos acarretar sérios problemas de saúde pelo uso indevido de medicamentos. Claro que nínguém vai ao médico por causa de uma dorzinha de cabeça, mas antes de tomar qualquer remédio é importante estarmos cientes dos riscos que estamos assumindo.


ALGUNS DADOS SOBRE O DE MEDICAMENTOS
  • 15% da população  brasileira consome mais de 90% da produção farmacêutica.
  • 25-70% do gasto em saúde nos países em desenvolvimento corresponde a medicamentos, comparativamente a menos de 15% nos países desenvolvidos.
  • 50-70% das consultas médicas geram prescrição medicamentosa.
  • 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente.
  • 75% das prescrições com antibióticos são errôneas.
  • Somente 50% dos pacientes, em média, tomam corretamente seus medicamentos.
  • Cresce constantemente a resistência da maioria dos microrganismos causadores de enfermidades infecciosas prevalentes.
  • Aos dois anos de idade, algumas crianças  receberam aproximadamente 20 aplicações medicamentosas injetáveis.
  • A metade dos consumidores compra medicamentos para tratamento de um só dia.
  • 53% de todas as prescrições de antibióticos nos Estados Unidos são feitas para crianças de 0 a 4 anos.
(Brundtland, Gro Harlem.  Global partnerships for health. WHO Drug Information 1999; 13 (2): 61-64).  

Os dados são de 1999 e após todo esse tempo  certamente podemos entender o porque do desenvolvimento de bactérias resistentes nas UTI’s dos hospitais. A auto-medicação é um problema que até agora que não foi debelado e deve-se a diversos fatores tais como: medo de ir ao médico e achar um problema mais grave; falta de tempo; baixo nível do sistema de saúde no Brasil entre outros.

Se levarmos em conta que "todo medicamento é um veneno em potencial, dependendo da dose" (Paracelso)*, podemos avaliar por alto, o risco a que nos expomos diariamente, quando realizamos a automedicação. Todo medicamento tem seus efeitos colaterais e a prescrição médica tem que ser individualizada para as características de cada paciente. Alguns antigripais, por exemplo, são perigosos para indivíduos com problemas cardíacos; alguns medicamentos para hipertensão são contra indicados para pessoas com asma; antiinflamatórios e/ou analgésicos podem diminuir o efeito de anticoncepcionais ou causar úlcera gástrica e assim sucessivamente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a automedicação como um problema até certo ponto inevitável e em estudo datado de 1986, aponta os riscos inerentes, aos quais devemos estar atentos:

• diagnóstico incorreto do distúrbio
• retardamento do reconhecimento do distúrbio com possível agravamento
• escolha de terapia inadequada
• administração incorreta do medicamento
• dosagem inadequada ou excessiva
• uso excessivamente curto ou prolongado
• risco de dependência
• possibilidade de efeitos indesejados sérios
possibilidade de reações alérgicas
• desconhecimento de possíveis interações com outros medicamentos
• armazenamento incorreto ou excessivamente longo dos medicamentos

Se todos tivessem alguma noção dos riscos da automedicação, certamente não conviveríamos com este tipo de prática na população.  

*Paracelso, pseudônimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (Einsiedeln, 17 de dezembro de 1493Salzburgo, 24 de setembro de 1541) foi um famoso médico, alquimista, físico e astrólogo suíço.

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